12º Congresso Nacional BAD

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Ligar. Transformar. Criar Valor.

Este é o lema para o 12º Congresso da BAD que serve de mote à reunião dos profissionais de informação e documentação, das bibliotecas e dos arquivos de Portugal. Convocam-se todos os profissionais, investigadores, académicos e estudantes para um percurso de desenvolvimento técnico e científico, sustentado neste lema e com o objetivo de:

 

1) Provocar um olhar atento sobre os sinais e as transformações permanentes da profissão e das instituições;

 

2) Investir no engenho e energia comum para afirmar o valor económico e social das instituições e a permanente urgência de revalorização e recriação dos serviços;

 

3) Apostar forte e estrategicamente na construção e aprofundamento de redes para interligar sistemas de informação, recursos, conteúdos e estruturas de organização.

 

O tema genérico do Congresso será detalhado e aprofundado com base nas seguintes linhas temáticas:

 

  • Serviços e criação de valor
  • Ecossistemas de informação e plataformas de colaboração
  • Gestão e transformação de saberes e práticas
  • Promoção, integração e cidadania

 

LINHAS TEMÁTICAS

 

Serviços e criação de valor
No atual contexto socioeconómico, e no discurso político dominante, as unidades de informação vivem com especial acuidade o paradoxo de todo o setor público: num contexto de permanente inovação tecnológica veem a sua relevância acrescida ao mesmo tempo que os seus recursos são sistematicamente cerceados. Paralelamente, este período de constrangimentos, pressiona a baixa de custos e questiona inevitavelmente o posicionamento destes serviços no contexto organizacional e empresarial. Urge pois criar serviços que respondam às necessidades dos utilizadores e ao mesmo tempo enfatizar a sua importância, reinventando modos de comunicação, desenvolvendo e fomentando ações estruturadas de advocacy.

 

  • Que novos serviços estão a ser desenvolvidos para ajudar os cidadãos a lidar com situações agravadas pela conjuntura económica e social, como o desemprego ou dificuldades financeiras?
  • Que políticas estão a ser definidas e postas em prática para o cumprimento dos papéis sociais destas unidades?
  • Como se adaptam e evoluem os serviços de informação nas instituições e empresas num contexto organizacional muito volátil, onde o valor da informação facilmente pode ser desconsiderado?
  • Que estudos estão a ser feitos e que projetos estão no terreno visando a criação e a demonstração do valor económico e impacto social das unidades de informação?
  • Como é conjugada a necessidade de desenvolvimento tecnológico com a escassez de recursos financeiros?
  • O que estão a fazer as diversas partes interessadas para contrariar a imagem degradada do setor público, incluindo as unidades de informação, e afirmar continuadamente o seu valor económico e o impacto social?

 

Ecossistemas de informação e plataformas de colaboração
O desenvolvimento de sistemas, serviços e redes de informação nas duas últimas décadas, implica atualmente um compromisso sobre a gestão desses sistemas e redes e a sustentabilidade e otimização das infraestruturas. Os desafios tecnológicos da interoperabilidade e interligação de sistemas organizacionais e de informação, reforçam a importância das normas e padrões, e conferem maior relevância aos processos e funções partilhadas no desenvolvimento de ecossistemas de informação sustentados em redes distribuídas e na reutilização de dados. As plataformas de colaboração e disseminação de informação ganharam relevância e expressão e são hoje meios estratégicos ao serviço dos profissionais e das organizações.

 

  • Que estudos revelam o impacto dos serviços de informação desenvolvidos e as preocupações com a permanência do património que as instituições gerem e a sustentabilidade das infraestruturas de informação?
  • Que novas estratégias e serviços foram desenvolvidos baseados em plataformas de colaboração, novos suportes tecnológicos e sistemas de redes sociais e de comunicação, requalificando recursos, diversificando e personalizando produtos e serviços de informação digital?
  • Que desenvolvimentos se configuram necessários para o estabelecimento de redes de partilha de recursos, reutilização de informação e infraestruturas interoperáveis de dados?
  • Como participam as instituições gestoras e geradoras de dados e informação em sistemas de maior amplitude nacional e internacional, e de que modo esses mecanismos de participação melhoram o seu desempenho interno, impacto externo e relevância institucional?
  • Quais os trabalhos e desenvolvimentos de maior relevância para a curadoria da informação, processos de gestão da documentação, normalização e padrões de qualidade?

 

Gestão e transformação de saberes e práticas
A adaptação dos profissionais e das organizações ao devir social, político, económico e tecnológico obriga a uma permanente reflexão sobre a adequabilidade das práticas profissionais em presença num dado momento. A comunidade internacional tem vindo a investigar, questionar e propor novas alternativas, que atingem inclusive o núcleo base dos saberes e das práticas tradicionalmente aceites.
Por outro lado, as exigências organizacionais e societais apontam para uma plasticidade dos perfis profissionais, onde têm cada vez menos lugar as velhas dicotomias.

 

  • Que tendências se podem divisar relativamente à transformação dos saberes profissionais tradicionais?
  • Que temas constituem hoje o núcleo central da discussão à volta das questões estratégicas do futuro profissional?
  • Como se posicionam as instituições e os profissionais portugueses perante estas novas questões?
  • É necessário um novo perfil profissional? Se sim, quais os seus traços essenciais?
  • Estará a formação em Ciências da Informação em Portugal a encarar estes novos desafios?

 

Promoção, integração e cidadania
Numa conjuntura de restrição de recursos, os profissionais da informação sentem, cada vez mais, que é necessário afirmar o seu valor e o dos serviços que prestam, junto das comunidades e dos decisores políticos. Reconhecem a necessidade de contribuir para a sustentabilidade destes serviços e salientar o seu papel no fomento da literacia da informação, das competências de aprendizagem e de pensamento crítico na sociedade atual, bem como da transferência de saberes para o mundo profissional e empresarial. Procuram os melhores caminhos para remover constrangimentos e promover a redução das assimetrias sociais, culturais e geográficas no acesso aos recursos informacionais e na sua exploração, reforçando a integração social e a cidadania, combatendo os efeitos negativos da interioridade e as dificuldades de afirmação de comunidades periféricas. Esforçam-se por fazê-lo com criatividade, habilidade e talento, criando valor para a sociedade.

 

  • Que estudos estão à nossa disposição para conhecer o percurso do país neste domínio?
  • Que experiências de sucesso desenvolvemos, a este nível? Com que meios, resultados e impacto?
  • Que políticas e estratégias devem ser implementadas no país e nas suas organizações para afirmar o valor dos serviços de informação e o seu papel na afirmação da cidadania e da integração social?
  • Como fazer reconhecer esse valor junto dos decisores políticos e das comunidades?
  • Que orientações e projetos internacionais podem servir de referência para aplicar a projetos nacionais e desenvolver as nossas práticas? Podemos fazer melhor?