Eixo 1 – O papel dos processos de negócio da gestão da informação na proteção de dados
O equilíbrio entre o direito de acesso à informação e o direito ao esquecimento coloca novos desafios ao exercício das funções dos profissionais da informação mas abre igualmente novas áreas de atuação. A ênfase no acesso, própria de uma abordagem pós-custodial, sustenta o princípio da transparência e da accountability das entidades públicas e privadas cada vez mais escrutinadas pelos meios de comunicação e pelos cidadãos. Neste contexto, os processos de negócio da gestão da informação apresentam-se como nucleares para promover a disponibilidade do acesso à informação, dentro dos parâmetros legais. Em paralelo, importa assegurar a proteção de dados, garantindo a realização dos procedimentos operacionais, legais e técnicos relevantes. Ao profissional da informação compete uma intervenção mediadora, numa abordagem proativa capaz de definir com rigor políticas, processos e responsabilidades na governança da informação. Neste painel, serão bem-vindas propostas de reflexão ou de relatos práticos relacionadas com estas temáticas.
Eixo 2 – O papel dos profissionais de informação na era do big data
A gestão de dados em massa (big data) apresenta-se como uma crescente linha de ação para os profissionais de informação, decorrente da evolução tecnológica e crescente capacidade de produção e armazenamento de dados em larga escala. O reconhecimento da importância da reutilização de elevados volumes de dados, seja para gestão dos processos de negócio nas organizações ou para potenciar a partilha de conhecimento científico, convoca o conhecimento e experiência dos profissionais de informação relativamente à exploração do fenómeno do big data. Neste contexto, pretende-se a divulgação de trabalhos que permitam explorar o contributo dos profissionais de informação relativamente ao fenómeno big data, considerando a integração de atividades de tratamento e gestão de dados em instrumentos de gestão usados para suporte à tomada de decisão, por meio do uso de analítica ou data mining. Paralelamente, no sentido de perceber em que medida a disponibilização de arquivos de ciência e o desenvolvimento de repositórios de dados científicos podem contribuir para uma maior credibilização da informação científica, pretende-se promover a discussão de trabalhos relativos a questões de classificação, descrição e preservação, explorando o seu contributo para a divulgação de arquivos de ciência e de conjuntos de dados científicos.
Eixo 3 – Ciclo de vida da Curadoria da Informação
Partindo do “Modelo de Ciclo de Vida da Curadoria” (Digital Curation Centre, 2017), e ampliando essa visão para incluir a informação, nas suas várias manifestações, pretende-se acolher textos que sejam capazes de problematizar os diferentes aspetos de funções, atividades, tarefas e de abordagens que garantam a preservação de características tais como a autenticidade e a integridade da informação de arquivo, nos seguintes processos ou etapas: concetualização; criação/receção; avaliação e seleção; eliminação; ingestão (transferência/migração); preservação; armazenamento; acesso, utilização e reutilização; transformação. Estes processos ou etapas incluem, mas não se limitam a, questões fulcrais como: informação de descrição e representação (metainformação); planeamento da preservação; vigilância e participação das comunidades de interesse e desenvolvimento de normas, ferramentas e aplicações; ações de curadoria e de preservação; Arqueologia digital; repositórios. Ao profissional de arquivos é, pois, atribuído, e de uma forma contundente, um papel de mediador vigilante e proativo em todas as etapas ou fases desse complexo ciclo de vida da curadoria da informação, que importa compreender para controlar.